domingo, 7 de novembro de 2010

-->> rage against the machine 09-10 part II

... notando os amigos ao lado acordados, ouvimos de longe a única banda que talvez fosse também interessante presenciar. Eu particularmente nunca havia ido em um show do Los Hermanos. Em retornou ao palco que a apresentação acontecia o frio era mais intenso do que no inicio. A solução imediata do problema foi procurar nos esconder entre a multidão que ali estava concentrada. Diferente do que havíamos deixado para trás ao procurar um lugar para descanso, todos os pontos de boa visualização estavam tomados pelas pessoas. Parecia está muito mais cheio do que antes, foi difícil encontrar um ponto em que podíamos visualizar o palco. Os telões também nos ajudaram quando não conseguimos ver nitidamente os integrantes da banda.

Muita gente ali tinha. Inquietos, procurávamos por um ponto onde conseguiríamos melhor ver o show que tanto esperávamos. O show do Los Hermanos também surpreendeu, mesmo depois de muito tempo sem tocarem juntos, aquela apresentação mostrou que os caras são bons. Foi uma boa apresentação. Viria acabar hora depois. Com a ansiedade nos corroendo cada vez mais, no palco paralelo entraria a última banda antes da GRANDE esperada.

No palco, entraria o câncer do evento em forma de banda; The Mars Volts (acredito que seja assim mesmo a forma de escrever ¬¬), está entrou em palco às 20h55m com instrumental indicando que teríamos mais uma banda de rock in roll com "sangue nos olhos". De repente, o vocalista abre a boca e do céu ao inferno aquela apresentação se tornar um tormento em nossas vidas. A ansiedade deu espaço a tortura sonora que aquela banda havia nos causado. O frio voltou na hora. Enfim... o show se estendeu por 02h.

Com o fim da apresentação daquele câncer como dito, aceleraríamos os passos mesmo entre tantos com a mesma ideia atrás de uma melhor visibilidade, pois, estava para começar o tão esperado show do RAGE AGAINST THE MACHINE!

Houve incrivelmente um suspense no ar, a ansiedade fazia os olhos arregalarem contra o palco em busca de uma boa imagem. Luzes apagadas, quando de repente, no telão principal subiria a mesma estrela vermelha que ilustra o inicio deste texto bem lentamente com uma sirene ensurdecedora em claro e bom som. Era o aviso de que iríamos ter a recompensa pela espera de quase 04 meses por aquela apresentação!

para termos uma ideia, abaixo o link desta abertura em video;

http://www.youtube.com/watch?v=2SbhDuFI2hc

... fúria, raiva, nervosos elevados, sangue nos olhos, tudo se encaixava naquele momento em que a banda iniciaria sua apresentação com Testify (video acima).

Todos em uma única sintonia. Por todo tempo, em todas as músicas com tua presença de palco impecável no auge dos teus 40 e poucos anos, Zack mostraria que aquele show seria realmente para ser marcante. E foi! Você notava a satisfação da própria banda pela recepção que tanto os aguardavam. Foi fantástico! Se em algum momento achávamos que havia algum efeito irreal naqueles solos de guitarra do Tom Morello, nos enganaríamos brutalmente, chega ser mentiroso mas é verdade, ele é foda! Indiscutivelmente a sintonia do baixo do integrante
Tim Commerford era de se arrepiar, e, por fim a fúria estampada no rosto do baterista Brad Wilk era notado de longe em suas porradas em seu instrumento! Quarteto fantástico!

Muito se foi falado, criticado antes daquele dia, a proposta dada pela organização com relação a área Vip naquele show não seria engolida pelos seguidores da banda, os próprios integrantes desde o inicio mostrariam a reprovação desta modalidade colocada pela organização para quem tivesse maior poder aquisitivo.

"Uma forte característica do RATM é a mescla de hip-hop, rock, funk, punk, reggae e heavy-metal, com letras enérgicas e politizadas. Junto com a música de protesto, demonstraram a luta pela causa política, contra a censura, a favor da liberdade e em prol dos menos afortunados."

A banda por sua vez, é composta justamente por oposições politicas; Comunistas e Socialistas, a banda prega isto em suas letras! Não obtendo retorno positivo contra está questão imposta, vieram as várias manifestações em fóruns que planejavam a invasão desta área. Quando em, BombTrack, segunda música daquele show, se iniciaria algo que eu daria o nome de "AVALANCHE HUMANA".

Com a movimentação intensa daquele público eufórico não notaríamos que chegaríamos a um ponto daquela música em que perderíamos o controle da situação. Sem poder sobre os movimentos das pernas e dos braços, éramos literalmente arrastados sem direção e sem controle para o lado em que o vento, mesmo que não soprasse, tocava... A situação ficaria insustentável ao percebermos que éramos guiados contra nossa própria vontade. Ao lado pessoas desesperadas sendo arrastadas sem poder de escolha. Houve suor, pânico de pessoas, algumas em desmaios, Cristiano ao meu lado pedindo em gritos para que fosse contida aquela situação, todos sem controle! Cristiano sumiria de vista. Por instante pensei que poderia ter caído, pisotiado ou algo do tipo. A avalanche então se estendeu até um ponto em que eu e o Antônio, ali também, conseguiríamos sair ilesos. Mas e o Cristiano?


Com o show em alta a todo vapor, resolvemos voltar para a multidão mesmo com receio do paradeiro do amigo. Procuramos curti aquele show como esperado. E foi feito! Tudo até então era esperado, toda aquela rebeldia ocultada seria libertada em cada música tocada. A adrenalina fazia o corpo se jogar contra as outras pessoas numa forma de manifesto jamais visto por mim em outras oportunidades. Incrível!

Preocupados, abriríamos mão da reta final daquela apresentação para sairmos em busca do amigo. Iniciaríamos pelos pontos de apoio de primeiros socorros, nada! Algumas caminhadas até às áreas de menor movimentação. Mesmo longe, era possível ouvir nitidamente a apresentação da banda. Com aproximadas 02h de show, chega ao fim o que dali sairia mesmo com as situações inesperadas, o melhor show já visto por mim.

Em determinado ponto referencial, o celular toca com uma numeração desconhecida de DDD 061, era o amigo avisando que estava bem e que era para aguardamos ele em um ponto marcado por nós naquele instante. Ficamos em teu aguardo. Ao chegar, algumas palavras e o inicio da nossa volta para casa.

Com aproximadamente 50.500 mil pessoas saindo ao mesmo tempo daquela fazenda distante da civilização, dificuldades teríamos. O caos se armou do lado de fora. Muitos carros, vários ônibus e a dúvida de qual iríamos entrar. Com um cansaço estampado começaríamos notar a desordem, o receio de como faríamos para ir embora. Todos aqueles ônibus pareciam já está tomados pelas pessoas. Em caminhada sem rumo entre todos aqueles carros, ônibus, buzinas e principalmente pessoas, encontraríamos o nosso transporte já cercado por pessoas. Nos infiltramos entre tantos outros, ao abrir a porta parecia que o mundo estaria acabado e aquele veículo seria a salvação dos que conseguiriam entrar. Empurros, discussões, murros e outros atrativos foram as principais dificuldades para conseguimos entrar naquele ônibus. Eu sentei, Cristiano sentou e Antônio de pé. Nos restou aguardar a chegada na rodoviária.

Isto tudo por volta de 12h30m. Quando, às 04h30m me desperto ainda sentado naquele banco de ônibus. Vejo ao lado, todos que no ínicio estavam em pé, agora todos sentados no chão de cabeça baixa. A viagem de volta com 08km de distância para rodoviária durou nada mais do que 04h. Incrível.

Para finalizar em definitivo está aventura mais do que satisfatoria e única, voltariamos para o carro naquele momento e durmiriamos até às 07h30m. Passo para o banco de trás e Antônio se propõe trazer o carro de volta para nossa Beága.

Às 14h estamos em casa! Inesquecível!

ouvindo - rage against the machine - take the power back